Com excepção de uns milhares de arrivistas anichados nos partidos, o país está profundamente alheado da vida política.
O tema até é mais abordado hoje do que no passado recente, só que sempre, mas mesmo sempre, numa perspectiva carnavalesca, de repositório da anedota nacional. De facto, ninguém, mas mesmo ninguém, dá qualquer margem de credibilidade ao governo de Santana Lopes e ninguém, mas mesmo ninguém, lhe vê alternativa nas hostes da coligação vigente.
Por outro lado, ninguém, mas mesmo ninguém, vislumbra qualquer hipótese séria de solução governativa no partido rosado. A escolha Sócrates - Filho Soares - Alegre é tão, mas mesmo tão, pobre, que não há Lopes crassos que lhe valham.
Assim, quando se fala de política, ultrapassados os risos (Santana fez de cada português um
stand-up comedian), acabamos todos, mas mesmo todos, com enorme sageza e maior desilusão, no estribilho: que o ridículo mata, que os partidos são antros de mediocridade e que não há espírito de missão que resista.
Certo, e que fazemos com esta realidade?
Para não dizerem que me falta espírito missionário, deixo aqui algumas sugestões:
a) Instituição do Serviço Partidário Obrigatório.
Cada português maior de dezoito anos será obrigado a pertencer a uma organização partidária e a participar activamente na mesma e não poderá recusar nenhum cargo político para que for convidado, mesmo que este pague menos de um décimo do seu rendimento habitual.
b) Desobediência Civil Organizada
Cada português maior de dezoito anos será obrigado a, no mínimo, uma actuação semanal de desobediência civil. Para incentivar a criatividade nacional e obviar a que o eleitorado se limite simplesmente a deixar de pagar portagens, o acto de desobediência, deverá, pelo menos uma vez por mês, ser de carácter inovador. Os mil desobedientes julgados mais originais em votação anual dos seus concidadãos ocuparão os altos cargos da nação no biénio seguinte.
c) Solução Rip Van Winkle
Cada português entrará num sono profundo, do qual só acordará quando...
... Curioso!
Anteciparam-se-me todos, mas mesmo todos.